O jornalista Reinaldo Azevedo não gostou da aprovação, pela presidenta Dilma Rousseff, da lei que pune quem discrimina pessoas vivendo com HIV/aids . “Por que uma legislação diferenciada para os portadores do vírus HIV?”, perguntou ele em seu blog da revista “Veja”, no dia 3 (leia aqui). O Fórum das ONGs/Aids do Estado de São Paulo (Foaesp) e a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/ Aids no Estado de São Paulo (RNP+ SP) respondem ao blogueiro na nota que você lê a seguir:
NOTA DE REPÚDIO ao jornalista Reinaldo Azevedo, da Veja
O Fórum das ONGs/AIDS do Estado de São Paulo (Foaesp) e a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS no Estado de São Paulo (RNP+ SP) vêm a público esclarecer ao colunista Reinaldo Azevedo, de “Veja”, sobre a Lei nº 12.984/14, que pune com até quatro anos de reclusão discriminação de pessoas com HIV.
Sancionada em 2 de junho pela Presidenta Dilma Rousseff, a Lei nº 12.984/2014 não é produto de proselitismo, mas nasce do fato de que, desde o surgimento da aids, no início dos anos 1980, as pessoas infectadas pelo vírus HIV ou afetadas pela síndrome da imunodeficiência adquirida têm sofrido preconceito e segregação em todo o Brasil.
As pessoas que vivem com HIV não reivindicam “cidadania especial”, mas a oportunidade de ter os mesmos direitos de todos, como o direito à escola e ao trabalho, exemplificados na lei. Não é porque a mídia não traz mais histórias de pessoas com HIV linchadas em suas comunidades e crianças que são excluídas das escolas que esses fatos não acontecem cotidianamente em todo o país.
Não são de “comunidades influentes” homens e mulheres jovens, negros e de baixa escolaridade a maioria dos infectados atualmente e que, diariamente, perdem seus postos de trabalho por terem contraído o vírus. São portadores do HIV que frequentemente são excluídos de editais de concursos públicos. Isso é segregação, o ato de isolar, afastar, subtrair, tirar, separar e excluir, por exemplo, verbos com significados bem objetivos, por sinal.
O Foaesp e a RNP+ SP repudiam veementemente artigos como o do jornalista de “Veja”. Textos como o publicado em 3 de junho nada acrescentam ao debate por um país socialmente mais justo. O preconceito e discriminação que sofrem as pessoas que vivem com HIV não podem ser comparados ao de nenhum outro agravo à saúde, pois cada patologia tem suas especificidades. Algumas são curáveis, o HIVaids ainda não.
Por fim, o Foaesp e a RNP+ SP lamentam que o texto do jornalista seja contrário, também, ao excelente trabalho do Projeto Atitude Abril, que tem colaborado para diminuir o preconceito e a discriminação às pessoas que vivem com HIV.
Fonte: Foaesp e RNP+ SP
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