As crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual podem apresentar algumas mudanças em seus comportamentos que podem ser indícios das situações as quais eles têm vivido.

Pode ser abuso

Campanha lançada pela Fundação Abrinq para conscientização do problema

Em 2018, as denúncias de violência contra crianças e adolescentes pelo Disque 100 foram 17.091. A maior parte delas diz respeito ao abuso sexual, e os dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos mostram também que mais de 70% dos casos de abuso e exploração sexual são praticados justamente por aqueles que têm o dever de cuidar: são pais, mães, padrastos, avôs ou outros parentes das vítimas. Em sua grande maioria, os casos ocorrem na residência onde a criança ou adolescente mora.

Pelos números alarmantes, listamos abaixo cinco comportamentos que podem estar associados ao abuso sexual, para que você saiba como identificar esses sinais e tomar as medidas necessárias:

1 – Mudança repentina

Não podemos generalizar com teorias como “toda criança tímida foi vítima de abuso sexual’, mas podemos observar as mudanças de comportamento de uma hora para outra. Uma criança alegre e falante de repente torna-se uma criança triste, agressiva, é um sinal de que algo não vai bem. O choro constante também serve como um alerta.

2- Baixo rendimento escolar 

Muitas vezes tendemos a acusar as crianças e adolescentes por alguns comportamentos sem olhar para o que eles realmente querem dizer. Um deles é o baixo rendimento escolar, novamente não podemos generalizar, porque existem diversos fatores que podem influenciar nesse aspecto. Mas se, de uma hora para outra, a criança perde o interesse, não consegue se concentrar nas aulas e atividades, se torna dispersa e fechada, pode ser um indício de que algo não vai bem e a cabeça dela está ocupada demais pensando no que aconteceu ou até mesmo se culpando.

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3- Isolamento social

É muito comum a criança ou adolescente sentir vergonha pela situação a qual foi submetida e evitar contato social, com medo de que em algum momento alguém perceba ou descubra. Ainda mais se o abuso veio acompanhado de ameaças à vítima ou aos seus familiares, esse comportamento é um mecanismo de defesa para evitar que as ameaças se concretizem.

Campanha Fundação Abrinq #PodeSerAbuso

4- Sexualidade exacerbada

A criança passa a usar termos de cunho sexual que não deveriam ser de seu conhecimento, simula gestos que remetem à prática sexual, tem atitudes e movimentos erotizados, é um sinal de alerta. Não somente vinculado ao abuso sexual, a exposição de material pornográfico ou de práticas sexuais são prejudiciais ao desenvolvimento natural da criança e também são considerados atos criminosos.

5 – Ansiedade

O medo da repetição da situação traumática ocasiona na criança uma ansiedade incomum. Por mais distante que ela esteja do ambiente onde o abuso ocorreu, seu mecanismo de defesa a deixa em alerta constante para o risco de um novo abuso sexual. Portanto, ao notar essa característica em uma criança, fique atento aos demais sinais.

Bônus: em caso de suspeita de abuso sexual não pressione a criança a falar sobre o ocorrido. Isso reforça o trauma e expõe a criança. Ofereça sempre um espaço de conversa e escuta aberto e carinhoso, para que ela se sinta confortável e segura para fazer a revelação. Caso ela escolha contar, escute e acolha sem tentar adivinhar o que ela quer dizer. Faça as devidas recomendações: Denuncie no Disque 100 e no Conselho Tutelar da sua região.

 

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